terça-feira, 2 de novembro de 2010

MINHA BEBÊ

sábado, 30 de outubro de 2010

O PRAZER DE SER EDUCADOR

"...O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer... " - Rubem Alves






O prazer de ser educador não está no dinheiro ganhado, no valor estimado ou mesmo nos livros, o prazer de ser educador está na pré disposição que cada educador traz dentro de si, a fim de ajudar as crianças a crescer não só no tamanho e sim na personalidade que depois cada um traz.


Flávia Cruz

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Poema de Vinicius de Moraes

As Borboletas
Brancas, azuis, amarelas e pretas
Brincam na luz as belas borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas. 



Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então . . .
Oh, que escuridão! 

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Olha o olho da Menina

***Lindo texto Marisa e Ziraldo, é com grande satisfação que eu o deixo como minha primeira postagem no Blog Cantinho Especial.***






Menina crescia escutando
que não adiantava mentir
porque mãe sempre sabe



Mãe dizia
que lia na testa da Menina,
e que só Mãe
sabia ler testa.


Menina tentava
tapar a testa com a mão
na hora de mentir.
Mãe achava graça. Muita graça.
E continuava lendo assim mesmo.
Menina precisava entender
como essa coisa misteriosa acontecia.
No espelho do banheiro,
mentia muito em silêncio.
E na testa, nada escrito!
Aí, Menina descobriu
que Mãe também mentia.
E que então não era testa
- era o olho, com um brilho diferente -
que entregava a mentira.






Menina então tentava
fechar o olho com força,
para esconder a Mentira.
Mas nem isso resolvia,
pois Mãe sempre adivinhava.





Menina tinha era que aprender
a fingir de olho aberto
que mentira era verdade.
Menina tentou, tentou...
e aprendeu.
Era essa a solução.

Mas de noite
Menina ficava apertada por dentro.
Assim meio sufocada,
não podia nem piscar.
Com o olho muito aberto,
não conseguia dormir.

Faltava ar pra Menina.
Igual quando a gente fica
quase sem respirar
rindo de uma cosquinha.
Só que não tinha graça.





Menina - sem querer -
tinha descoberto a Consciência,
uma coisa que toma conta da gente
mesmo quando Mãe
não está lendo testa,
nem adivinhando olho.

Menina tinha aprendido
que ter que fingir doía.
E que desse jeito
ia ficar muito sem graça
ser gente grande.
Menina desistiu de crescer. 

Mas não adiantava.
Menina via que agora
já estava quase da altura
do móvel da sala da vovó.
E ficava muito triste,
o aperto apertando mais.
 
E de tanto que o aperto apertava,
Menina achou que fingir
só podia doer tanto
porque era dor sozinha.

Menina teve uma idéia,
e ainda não sabia
se era idéia brilhante.
Mas sabia - isso sim -
que precisava testar,
pra conseguir descobrir.

A idéia da Menina
foi dizer para Mãe
que era difícil fingir.
Menina achava ruim
aprender montes de coisas
sem dividir com ninguém.

Menina falou pra Mãe
que era muito complicado
e que não era nada bom
ter que crescer sozinha.

Mãe abraçou
muito apertado a Menina.
E no colo tão esperado
Menina estava sendo mãe da Mãe.

Menina sentiu
que Mãe estava chorando.
E que Mãe
ainda não tinha aprendido tudo.

Mãe não falava nada
Mas uma e outra sabiam
naquele abraço apertado
que em Mãe também doía
ser gente grande sozinha.

Nessa hora
Menina entendeu tudinho.
Descobriu que só carinho
é que espanta a solidão.
E que dor, se dividida,
fica dor menos doída.

E que aí,
dá até vontade
de continuar a crescer
pra descobrir
o resto das coisas.





Marisa e Ziraldo